Algumas coisas não são nem boas nem ruins, apenas são. Outro dia ouvi sobre a negociação de compra do Twitter pela Google. Isso é uma dessas coisa que nem são ruins nem boas, apenas são. “Do not evil” é um grande lema. “Organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis e úteis em caráter universal” é uma missão apreciável, titânica até, praticamente utópica. A Google investe na criatividade de seus funcionários. Ela tenta cria um ambiente lúdico e similar ao ambiente acadêmico.
Não se iluda pensando que a Google é dirigida por um bando de estudantes idealistas. Ela não seria uma empresa Fortune Forbes se fosse. E por ser dirigida por capitalistas profissionais a Google vem tomando atitudes consideradas monopolistas. Se elas são monopolistas, o caso é que monopólio não é bom nem ruim, apenas é. Pelo menos taxinomicamente falando, como define o Dicionário On-line Michaelis:
mo.no.pó.lio
sm (gr monopólion) 1 Domínio completo do mercado, geralmente pela união de várias empresas em cartéis ou trustes. 2 Privilégio dado pelo governo a alguém, para poder, sem competidor, explorar uma indústria ou vender algum gênero especial. 3 Posse exclusiva; propriedade de um só.
sm (gr monopólion) 1 Domínio completo do mercado, geralmente pela união de várias empresas em cartéis ou trustes. 2 Privilégio dado pelo governo a alguém, para poder, sem competidor, explorar uma indústria ou vender algum gênero especial. 3 Posse exclusiva; propriedade de um só.
Não sei quem gosta de concorrência, dizem que nem o Diabo gosta. Tem gente que gosta de competição, mas pelo simples prazer de vencer e sobrepujar – e dá natureza humana. A Google, Microsoft, Apple, ou qualquer empresa de computação e tecnologia não é diferente.
Ter ilusões sobre uma empresa tão competentemente capitalista é ingênuo, ou generoso, mas suponha não ser o caso. E porque não apoiar a Microsoft ou a Apple, por exemplo? Uma coisa que pouco envolve a política comercial deles. O que ainda me faz gostar da Google e me fazia gostar da finada Sun Microsystems é uma filosofia que permeia, mas não se detém na área comercial: Elas adotam estratégias que beneficiam a computação em geral. Quando uma empresa dá oportunidade para outras empresas usarem de sua tecnologia ou infra-estrutura isso beneficia o mercado. O Twitter, a Google fazem isso com suas APIs e serviços. Mas quando alguma abre o código de seus produtos para compartilhar a qualidade produtiva como fazia a Sun e ainda faz a Google (veja o google code) todo o mundo da computação se beneficia.
Por esse tipo de coisa tomo partido da Google, mesmo quando ela perpetua ações meramente comerciais como a negociação do Twitter, fato que ainda não se concretizou. Ela pode até obter algum monopólio. Ela pode até parar de produzir software livre, mas não é como se ela fosse poder determinar que um determinado código deixasse de ser livre...
Gosto de Software de Código Aberto (e software livre) pelo não-impressionante fato dele ser bom. E se levarmos em conta que as exceções são o que corroboram algo como regra, são as escassas exceções de baixa qualidade que comprovam que software de código aberto, ou livre, é bom.
É por isso, e apenas por isso que gosto da Google, por isso que gosto de Software de Código Aberto. Por promoverem uma melhoria na computação em geral, independente dos ideais monopolistas que norteiam Microsoft, capitalistas que norteiam a Apple, ou idealistas que norteiam a GNU. O mais importante é beneficiar a computação. E a Google ter ou não ter comprado o Twitter não faz diferença em vista do que beneficia a computação.
Em termos de mercado e ação do consumidor uma coisa é certa: ele não está interessado em nada disso. Imagine por exemplo que a Google adquirisse somente e apenas o domínio twitter.com. Você acha que as pessoas teriam fidelidade ao serviço?
Não culpe o monopólio da Microsoft pelos vírus que ameaçam o Windows, o problema é completamente diferente. Então não culpe qualquer monopólio que a Google possa ter pelo vazamento de informações privadas, afinal foi você que colocou aquelas informações na base de dados deles, e já sabia, ou pelo menos deveria, que elas poderiam ser usadas quando o Google lhe oferecesse um novo serviço.
O ponto central é ao que dar importância. Se o fatídico caso da Google ser um monopólio é frustrante o suficiente para você não querer usar os produtos dela, vá a luta e pesquise. Não é como se ela fosse conseguir impedir que alternativas apareçam. Mantenha em mente que o importante é a qualidade do serviço e a evolução da computação. De onde essa qualidade ou evolução surge é terciário.
Vale lembrar que os usuários não são obrigados a usar um serviço da Google (via de regra), nem tão pouco uma empresa tem de vender seu produto por uma oferta bilionária. No campo da tecnologia web é muito difícil fechar o o mercado. É uma questão de escolha. Usar Google, Cuil ou Bing é opção sua. Usar ou não o Twitter (ou o Buzz) segue o mesmo princípio. Vender um idéia ou produto de qualidade para uma empresa maior também é opção. Mais importante é que serviços de qualidade apareçam, cresçam, melhorem e a computação e a TI evoluam.
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